Toda vez que alguém descobre que eu tenho uma formação com mestrado e doutorado e sabe que eu trabalho em uma empresa de tecnologia fica desconfiado e pergunta questões do tipo:

  1. Mas você não deveria estar trabalhando numa universidade?
  2. Mas, então por que você fez doutorado se você está trabalhando em uma empresa?

Enfim, as perguntas continuam mais ou menos neste contexto e, na verdade, refletem um pensamento brasileiro sobre o objetivo dos programas de doutorado. Um pensamento que teve o seu papel nas décadas de 80 e 90, mas que não pode ser mais verdade se queremos que este país seja competitivo através do desenvolvimento de novos produtos e serviços inovadores.

Segundo o Instituto de Estudos Avançados da USP, nos paises desenvolvidos, a proporção de pesquisadores na indústria, em comparação com a academia, é de aproximadamente quatro para um. No Brasil é o contrário. De cada quatro pesquisadores, três estão na academia. Na minha opinião, está na hora de mudar esta proporção aqui no Brasil.